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Bailarina do 'Programa do Ratinho' se demite após 'piada' racista do apresentador

Cintia Mello afirmou que tentou uma conversa com a emissora, mas sem sucesso.

Imagem ilustrativa da imagem Bailarina do 'Programa do Ratinho' se demite após 'piada' racista do apresentador

Cintia Mello decidiu se demitir do balé do 'Programa do Ratinho', no SBT, após nove anos de trabalho. A bailarina tomou a decisão após ser alvo de comentários racistas ao vivo sobre o cabelo dela, feitos pelo apresentador da atração.

No início deste mês, o titular do programa criticou o cabelo black power da profissional e sugeriu que ela tivesse piolho. Em tom de humor, ele ainda pediu para sua assistente de palco chacoalhar os fios para conferir se era peruca.

Em seus stories do Instagram, Cintia Mello se pronunciou pela primeira vez sobre o caso e sua demissão. A dançarina contou que ficou em silêncio na expectativa de uma manifestação do programa, o que não aconteceu. Segundo ela, após cobrar uma posição da equipe, chegou a ser hostilizada por colegas.

“Eu fui orientada a me pronunciar apenas quando estivesse firme nas minhas convicções. Decidi me desligar do Programa do Ratinho. Alguns dias atrás fui tragada por uma situação que eu não escolhi passar, e quero deixar claro aqui que eu tenho muito orgulho em ser uma mulher negra”, disse.

“Fui pega de surpresa para uma brincadeira inoportuna. E, para mim, contraditória, porque foi feita por uma pessoa que sempre elogiou o meu cabelo natural. Por ter liberdade, afinal, são nove anos de convivência, eu resolvi buscar uma conversa”, continuou.

A bailarina não escondeu sua insatisfação com a forma em que a polêmica foi abordada pela equipe do 'Programa do Ratinho': “Tentei explicar quais são os estigmas por trás de uma brincadeira como aquela, como acaba impactando a vida de pessoas negras, meu cotidiano, minha vida, minha saúde mental e trabalho, até porque eu trabalho com a minha imagem na rede social. E pior: recebi olhares hostis de algumas pessoas, como se eu tivesse culpa de tudo aquilo que estava acontecendo".

"Ali eu percebi que ninguém se importava e que não era mais o meu lugar. Tive que distinguir muito bem gratidão de submissão. Sigo de cabeça erguida e consciência limpa, porque tentei fazer o que eu achava ser correto", finalizou.

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